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31 de julho de 2008

Relato: Travessia da Serra Fina de sul a norte pela Trilha do Rio Claro - Serra da Mantiqueira

Este é um relato detalhado da trip que chegou ao topo da Pedra da Mina, cruzando a Serra Fina de sul a norte, tendo iniciado a caminhada na cidade paulista de Queluz e seguindo pela margem do Rio Claro por trechos de escalaminhadas até chegar próximo à sua nascente, que é a base da Pedra da Mina, para depois descer do outro lado pela Trilha do Paiolinho. 
Iniciamos na Fazenda Jaboticabal, onde atualmente é a sede de uma RPPN, levando 4 dias para chegar no topo e depois mais 2 dias para retornar à São Paulo. Estávamos em 4 pessoas, mas logo no segundo dia tivemos um pequeno acidente e com isso a primeira desistência.
Era a minha terceira vez na Serra Fina. 
Na primeira vez fiz a travessia tradicional, da Toca do Lobo até o Sítio do Pierre, mas por causa do tempo ruim levei 6 dias para completá-la - relato aqui.
Já na segunda vez estava fazenda a Transmantiqueira (Marins-Itaguaré, Serra Fina e Serra Negra todas juntas) em um total de 9 dias - relato aqui.


Na foto acima, pode-se ver uma das inúmeras piscinas naturais ao longo da subida pelo Rio Claro.  

Fotos: clique aqui


Antes de iniciar o relato, quero deixar um aviso muito importante para quem tinha a intenção de fazer essa caminhada.

Por causa da estupidez e idiotice de uma ou algumas pessoas que tentaram fazer essa trilha de forma clandestina, sem solicitar a permissão do proprietário da Fazenda, hoje em dia o acesso a ela está totalmente proibido e infelizmente não se pode mais fazer essa trilha. 
Lamentável, porque seria uma travessia de serra das mais difíceis do país.

# Preparativos 

Tudo começou em 2007.
Na época o Carlos Lessa, mais conhecido com Cela (montanhista do UNICERJ) enviou e-mails para mim e para o Jorge Soto, convidando para fazermos essa travessia subindo pelo Rio Claro. 
Ele até tentou ligar em um telefone que pertencia ao dono da Fazenda, que fica em Queluz/SP, onde se inicia a trilha, mas em vão. 
E com isso passou a época de inverno e deixamos para lá, mas ali a ideia foi plantada.
E novamente, no início de 2008 voltamos a falar sobre essa travessia e em Abril consegui o telefone do proprietário.
Liguei algumas vezes para o escritório e consegui falar com ele, explicando nossa intenção de subir a trilha do Rio Claro, mas ele sempre dizia que a trilha estava muito fechada e que já tinha havido problemas com pessoas que tentavam fazer essa trilha - em um relato postado no antigo site loucos de pedra, comentavam que já tinham tentado por 7x a subida dessa trilha, mas em vão.
Argumentei com ele que o grupo era só de três pessoas (eu, o Cela e o Jorge) e que já tínhamos feito algumas travessias pesadas, mas a cada momento que eu ligava para ele, percebia que a autorização ia ser difícil conseguir.
No começo de Junho/08 comentei com o Jorge e o Cela sobre essas dificuldades da trilha e o Jorge disse que tinha conseguido a trilha plotada em uma carta topográfica de 1:10.000. Não pensei 2x e voltei a ligar novamente e comentei com ele sobre isso e daí em diante até se mostrou favorável, mas surgiu um outro problema: ele queria nos conhecer pessoalmente e também que assinássemos um Termo de Responsabilidade, o que seria uma dificuldade para nós, pois não era fácil reunir os 3 e se mandar para Guaratinguetá onde ele morava.
Propusemos a ele então que assinássemos esse Termo quando estivéssemos passando pela Fazenda, o que ele aceitou. 
Mas aí surgiu outro problema: o Cela não estava respondendo os e-mails há vários dias e isso nos deixou preocupados quanto a sua confirmação na trip.
Depois de ligar no seu celular fui saber que ele estava no RS a trabalho. 
Comentei que os planos de subir a Pedra da Mina pela trilha do Rio Claro já estava quase tudo pronto e que estávamos planejando a travessia para última semana de Julho devido a disponibilidade de datas minha e do Jorge.
O problema é que ele só estaria disponível depois de Agosto e com isso antes de iniciar a caminhada, já tínhamos a primeira baixa. 
Agora éramos só eu e o Jorge, mas ele prevendo isso já tinha convidado o Ricardo (outro trilheiro experiente que tínhamos feito a Transmantiqueira juntos. 
Já sabendo da extrema dificuldade que encontraríamos nessa caminhada, eu e o Jorge levamos cartas topográficas da região em diversas escalas que cobriam toda a trilha até o topo da Pedra da Mina.
Nossa intenção era descer pela Trilha do Paiolinho e um irmão do Ricardo nos resgataria lá na Fazenda Serra Fina.
A Trilha do Paiolinho nenhum de nós tinha feito, mas iríamos descer por lá mesmo (no final a trilha foi muito mais fácil do que prevíamos, pois ela é bem demarcada – impossível se perder ali). 
Nos últimos dias acertamos de entregar diretamente na Fazenda os Termos de Responsabilidade assinados e a data ficou marcada para o dia 24/08 (Quinta-feira) e o retorno para o dia 27/08 (Domingo) levando 3 dias somente para a subida da Fazenda até o topo da Pedra da Mina. 

# 1º dia

Entrada da Fazenda
Saímos de Sampa na Quinta pela manhã para encontrar o Ricardo na Rodoviária de Queluz, mas por um atraso no planejamento, só saímos do Terminal Tietê às 09:00 hrs em direção a Resende/RJ, chegando em Queluz as 12h30min e nessa cidade pegamos um táxi em direção a Fazenda, onde chegamos as 13h20min. 
De carona
Aqui entregamos nossos Termos de Responsabilidade assinados para uma pessoa que cuidava da Fazenda e logo que iríamos iniciar a subida em direção a trilha, um caminhão entrou na Fazenda para fazer o mesmo percurso que a gente e com isso ganhamos uma carona que nos economizou cerca de 7 Km de subida íngreme pela estrada, nos deixando a cerca de 30 minutos do início da trilha.

31 de julho de 2003

Relato - Travessia Transmantiqueira: Marins - Itaguaré, Serra Fina e Serra Negra numa mesma caminhada

Aqui é um relato de uma mega travessia pela Serra da Mantiqueira, que muitos conhecem como Transmantiqueira, onde caminhei pela Marins-Itaguaré, Serra Fina e Serra Negra, todas de uma vez só. As três eu fiz uma na sequência da outra, iniciando na estrada que acessa o Pico do Marins e terminando na Vila de Maromba, em Visconde de Mauá. 
O total dessa caminhada chegou a uns 130 Km, finalizados em 9 dias.
Já tinha feito a Marins-Itaguaré em duas outras oportunidades - e uma dessas vezes passei por um perrengue e tanto por terminar a noite e sem lanternas: clique aqui
A Serra Fina também já tinha feito uma vez, mas levei 6 dias para cruzá-la, devido às chuvas que peguei no topo da Pedra da Mina - relato aqui
Enquanto que a Serra Negra era a minha primeira vez. 
O mês escolhido foi Julho, por ser propício para as caminhadas em região de montanha. 

Na foto acima, no início da subida pela crista da Serra Fina que marca a divisa SP/MG

Fotos dessas 3 travessias junto com cartas topográficas, mapas e croquis: Clique aqui
Tracklog para GPS da trilha do Pico do Marins: Clique aqui
Tracklog para GPS da travessia da Serra Negra: Clique aqui


Dentre essas 3 travessias, só tinha dúvidas em relação a Serra Negra, já que era a única que eu não tinha feito.

Para essas caminhadas estava levando croquis da travessia da Serra Negra, criado pelo Guilherme Rocha e um relato do Sérgio Beck, sobre a Mauá-Itamonte que passava por um trecho que eu iria fazer. Na dúvida, levei também o relato da Marins-Itaguaré e da Serra Fina, escrito pelo Sérgio Beck.
Não queria reunir um grupo grande, pois sabia que ia ser muito cansativo e alguém poderia desistir e no final chegamos a um total de 5 trilheiros: eu, Jorge Soto (Sampa), Téo, Ricardo e o Temujin (todos os 3 de Pouso Alegre/MG) mas eles seguiram somente até o final da Serra Fina. 
A Serra Negra eu tive que completar sozinho. Sacanagem né; me deixaram na mão.
Na manhã de uma Terça-feira encontrei o Jorge na Rodoviária do Tietê em São Paulo e o resto da galera iria encontrar na base do Pico do Marins, onde iriamos acampar. Pelo nosso planejamento não iríamos ter apoio nenhum de veículo ou algum suporte durante o trajeto e pelo roteiro iríamos terminar em cerca de 10 dias.
Para a 1ª travessia (Marins-Itaguaré) eu e o Jorge pegamos o ônibus no Tietê em direção a Itajubá e descemos logo depois da divisa SP/MG, no alto da Serra da Mantiqueira, uns 5 minutos depois do Posto Policial para quem vem de Piquete. 
O horário marcava 11:00 hrs e ainda teríamos que caminhar em um ritmo forte por cerca de 15 Km até para chegar no Acampamento Base Marins, onde se inicia a trilha até a base do Pico do Marins. 
Assim que descemos na Rodovia, seguimos por uma estrada de terra no sentido leste. Logo no início dessa estrada há uma placa de Fazenda Saiqui, como referência. Inicia-se numa parte plana e depois tendo uma subida forte. 
Água não é problema, pois existem várias nascentes na estrada e depois de uma longa subida com uma bica de água do lado direito, a estrada passa por um mata-burros e aqui se inicia a descida até a sede da Fazenda, que vai estar do lado esquerdo. Depois das casas dos moradores da Fazenda à esquerda, logo a frente haverá uma bifurcação à direita indicando Pico do Marins (desse ponto já dá para ver o Marins imponente à sua frente). Seguindo por ela, logo em seguida se chegará ao Acampamento Base, onde atualmente existe um camping estruturado e um enorme estacionamento para veículos. Daqui para frente se inicia uma subida bem íngreme em zig zag na direção do Morro do Careca.

10 de agosto de 2002

Relato: Travessia da Serra Fina que levou 6 dias - Serra da Mantiqueira - Divisa SP/MG/RJ

Tudo começou depois daquela propaganda em cima da Pedra da Mina que apontava o lugar como 4º maior ponto do país em uma medição feita em 2000, que depois foi ratificado pelo IBGE no Projeto Pontos Culminantes. Naquela época chegar ao topo da Pedra da Mina era quase que obrigatório para quem curtia montanhismo e eu fui lá conferir se a Pedra era tudo isso mesmo. Com o relato do montanhista Sérgio Beck em mãos, que tinha sido publicado no livro Caminhos da Aventura, pretendia fazer a tradicional travessia em 4 dias, iniciando na Toca do Lobo e terminando no Sitio do Pierre.

Foto acima: na trilha com a Pedra da Mina ao fundo 

Fotos + croquis + mapas: clique aqui 

Alguns dias antes liguei para vários contatos em Passa Quatro para agendar o transporte da cidade até a Toca do Lobo e já acertar os valores, mas desisti depois de ter ouvido o quanto queriam cobrar, inviabilizando qualquer tentativa. 
Por estar sozinho, já imaginava que os preços não seriam baixos - deixei no final do relato vários telefones de contatos em P4 e Itamonte.
Com isso não me restou outra opção, senão o de seguir o mesmo roteiro do Sérgio Beck (vir da Rodovia até a Toca do Lobo na caminhada).
No final de Julho peguei o ônibus na Rodoviária do Tietê em direção a Passa Quatro/MG, saindo as 07:00 hrs. 
Ele segue pela Via Dutra e depois sentido Cruzeiro para só então subir a Serra da Mantiqueira. Logo que ele passa um monumento na divisa SP/MG e uns 7 Km depois, pedi para descer em frente ao galpão do Ministério da Agricultura, no Bairro do Pinheirinho a cerca de 4 Km antes de chegar em Passa Quatro. No trevo de acesso tem uma placa sinalizando Clube de Campo, à direita.
Início da caminhada da Serra Fina
Cheguei aqui pouco antes das 12:00 hrs e junto da Rodovia sai uma estrada de terra do lado direito e segue em direção da Toca do Lobo. 
Da Rodovia até o lugar são quase 3h30min e não é fácil encontrar água de boa qualidade nesse trecho, por isso pegue água nas primeiras casas ou traga na mochila.
A estrada vai seguindo por entre pastagens e com o Sol a todo momento castigando. Logo na primeira hora vão aparecendo algumas bifurcações à direita e à esquerda, mas a estrada principal é fácil de identificar e é só seguir por ela.