Mostrando postagens com marcador Serra do Caparaó. Mostrar todas as postagens
Mostrando postagens com marcador Serra do Caparaó. Mostrar todas as postagens

31 de outubro de 2018

Relato: Travessia do Parque Nacional do Caparaó – Portaria do ES x Portaria de MG, passando pela Pedra Duas Irmãs, Pico do Cristal, Pico da Bandeira e Morro da Cruz do Negro - Divisa MG/ES

Desde 2001 quando conheci o lado mineiro do Parque Nacional do Caparaó e cheguei ao topo do Pico da Bandeira, tinha a intenção de algum dia retornar, pois só tive boas recordações de lá. Comparando com alguns Parques Nacionais em região de montanha que já fiz caminhadas (Itatiaia, Cipó, Serra dos Órgãos e Bocaina) o Caparaó é disparado o melhor de todos. 
Além da bela infraestrutura nos 4 campings no interior do Parque, ele também tem um lindo visual panorâmico nas trilhas da parte alta e uma relativa facilidade para conseguir chegar ao topo do 3º e 6º maiores picos do país (Bandeira e Cristal respectivamente).
Isso sem contar outros 3 picos do P.N. que estão entre os 15 maiores do país. 
Naquela época entrei pela Portaria de MG (o PN tem outra portaria pelo lado do ES) passando pelo Campings da Tronqueira, Terreirão, Vale Encantado até chegar ao topo do Bandeira para contemplar o Por do Sol. 
Por estar sem uma cargueira e com o clima ajudando, a caminhada foi tranquila e presenciei lindos visuais ao longo da subida, já que boa parte da vegetação é de campos rupestres; um pouco semelhante ao cerrado.
Pensei comigo: eu tenho de retornar a esse parque algum dia e conhecer a parte capixaba dele com os Campings Macieira e Casa Queimada, as trilhas e cachoeiras.
Porém os anos foram passando e fui deixando de lado - para quem pretende fazer a travessia de uma portaria a outra sem pressa, o ideal é dispor de 4 a 5 dias para alcançar o topo de todos os picos conhecidos e passar por algumas cachoeiras. 
Quando eu tinha alguns dias disponíveis, o clima não ajudava e com isso preferia fazer caminhadas em outros lugares.
Mas no inicio do Inverno daquele ano\eu estava decidido a fazer a travessia completa. 

Fotos acima: paredão do Pico da Bandeira pelo lado do ES e na outra, o amanhecer no topo, com vista para o antigo Pico do Calçado, em primeiro plano

Fotos dessa travessia: clique aqui

Tracklog para GPS dessa caminhada: clique aqui
Vídeo completo da travessia: clique aqui

Outros videos
- Camping Casa Queimada: clique aqui  
- Pico do Cristal: clique aqui
- Trilha entre Camping Casa Queimada e Pico da Bandeira: clique aqui

Com vários meses de antecedência fui pesquisar e ler alguns relatos sobre as dificuldades da travessia, assim como a logística para entrar ou sair do parque.

Depois de ter lido inúmeros relatos, um deles me ajudou bastante com informações úteis e algumas dicas. Era do Francisco de MG do Blog Chico Trekking, descrevendo a travessia no sentido MG-ES que ele fez no parque com um grupo.
Mas devido a alguns motivos e entre eles a logística, cheguei a conclusão que para mim a melhor opção para essa travessia não era a mesma do Chico. Era o sentido inverso: entrar pelo ES e finalizar em MG, já que não estava indo de carro e nem pretendia contratar um transporte. 
Então elaborei o planejamento da seguinte forma: saindo de São Paulo a noite para chegar em Espera Feliz/MG no final da manhã, a tempo ainda de embarcar no ônibus circular para o Distrito de Pedra Menina/ES e de lá seguir na caminhada até a portaria do lado capixaba para chegar no Camping Macieira antes do anoitecer.
Já no 2º dia conhecer as 3 cachoeiras próximas do camping (7 Pilões, Aurélio e Farofa) e finalizar no Camping Casa Queimada e se desse tempo subir até o topo da Pedra Duas Irmãs, que se localiza bem próximo. 
No 3º dia seguir para o Pico do Cristal e depois acompanhar o Por do Sol no topo do Pico do Bandeira, acampando depois no Terreirão.
No 4º dia contemplar a aurora no topo do Bandeira e se possível alcançar o ponto mais alto da Pedra Roxa e do Morro Cruz do Negro (entre os 15 maiores do país em altitude).
Em seguida iniciar a descida para finalizar no Camping da Tronqueira, passando pelo Vale Encantado.
E no 5º dia passar pela Cachoeira Bonita, Vale Verde para finalizar a travessia na Portaria de MG durante a tarde e depois pernoitar em alguma pousada de Alto Caparaó, cuja cidade fica bem próxima da portaria do parque.
Todo o planejamento com a logística tinha de dar certo porque no 6º dia já estaria voltando para São Paulo já com a passagem de ônibus comprada antecipadamente. 
Mas devido a um pequeno contratempo por pouco não fui parar na portaria mineira, inviabilizando totalmente o roteiro que tinha planejado. 
Marquei a travessia para o final de Julho e com mais de 1 mês de antecedência solicitei autorização pelo site do P.N. para ficar nos 4 campings e alguns dias antes da viagem confirmei a reserva e só fiquei aguardando a autorização chegar pelo e-mail, que aconteceu poucos dias antes do embarque.
Arrumei a mochila cargueira, coloquei na memoria do celular 2 tracklogs que encontrei no Wikiloc e embarquei no ônibus da Itapemirim às 22h30min em direção a Espera Feliz/MG.
No Terminal Tietê o ônibus saiu com 45 minutos de atraso, o que me deixou um pouquinho preocupado, pois a informação que eu tinha era que o circular de Espera Feliz para Pedra Menina sairia pouco depois que o ônibus da Itapemirim chegasse na Rodoviária. Se não acontecesse nenhum problema com o ônibus ao longo do trajeto até ficaria tranquilo, mas essa empresa já me deixou na mão uma vez por problemas mecânicos no ônibus (vide relato da Serra do Quiriri aqui).  
Com 3 paradas para descanso ao longo do trajeto e outras tantas rodoviárias, a viagem foi relativamente tranquila, dando para cochilar em alguns momentos e exatamente as 11h15min chegava na Rodoviária de Espera Feliz em um lindo dia de Sol. 
Rodoviária de Espera Feliz
Perguntando para algumas pessoas que estão na Rodoviária fico sabendo que o circular para Pedra Menina sairá as 11h30min – quase em cima da hora e no horário previsto o circular chegou. Não tinha um letreiro na frente para ter a certeza para onde estava indo, mas confiante no que os moradores me disseram e o que o cobrador também confirmou, embarquei sem medo. Saindo com um pouquinho de atraso, o ônibus segue por estradas de terra e 12h20min chego em Pedra Menina, mas achei tudo muito estranho.

28 de julho de 2001

Relato: Pico da Bandeira - Parque Nacional do Caparaó - No topo do 3º maior pico do país

No ano em que adquiri uma motocicleta zero km, planejava fazer uma pequena ou até uma média viagem de no máximo 1 semana. Como estava chegando época de inverno, o litoral estava fora de questão, já que não compensava ir para as praias e não aproveitar. 
Outra opção eram as montanhas, mas qual escolher. Depois de muito estudar, resolvi então seguir de São Paulo até o Parque Nacional do Caparaó (divisa MG/ES) para subir o Pico do Bandeira, considerado o terceiro maior do país. 
Era unir o útil ao agradável (uma viagem interessante, seguida de uma caminhada dentro do Parque).

Foto acima: entardecer no topo do Pico da Bandeira

Fotos, algumas coordenadas de GPS + mapa de acesso ao Parque: Clique aqui
Tracklog para GPS da trilha até o topo do Pico da Bandeira: Clique aqui

Para os preparativos, liguei no Parque Nacional para saber as condições de reserva do camping e até  tinham vagas, mas como não estava a fim de levar uma barraca na moto, desisti. 
Achei melhor ficar em pousadas. Liguei em algumas da cidade de Alto Caparaó (MG) e a que eu escolhi foi a Pousada do Rui, localizada junto a uma Igreja em um dos pontos mais altos da cidade.
Como pretendia ficar na pousada e entrar e sair do parque no mesmo dia não me preocupei em levar muita coisa. 
A data escolhida foi Julho, por ser uma época perfeita para viagens de moto.
Consegui alguns dias de folga no trabalho e arrumei algumas peças de roupa e coloquei em uma pequena mochila, prendendo-a na moto.
No livro Caminhos da Aventura, do Sérgio Beck, ele relata essa subida ao Pico da Bandeira. E claro, tirei copias dessa parte do livro e coloquei na mochila. 
Fiz uma pesquisa na internet para ver qual o melhor trajeto para se chegar lá e encontrei vários. Preferi seguir pela Via Dutra e depois Rio-Bahia.
Segundo o trajeto que eu escolhi a quilometragem seria de uns 900 Km e contando com as paradas calculei que levaria entre 10 e 12 horas de viagem.
No dia anterior liguei na Pousada do Rui e fiquei sabendo que a mesma estava vazia, então fui sem fazer a reserva.
Sem previsão de chuvas e com promessa de tempo bom, saí de Sampa por volta das 07:00 hrs da manhã e fui seguindo pela Rodovia Ayrton Senna e só caí na Via Dutra já próximo de Taubaté e com isso evitei um bom trecho da Via Dutra que é cheia de caminhões.
Nesse trecho, o zíper da minha jaqueta quebrou e para dar um "jeitinho" tive que pegar o zíper da minha luva.
Como estava próximo de Aparecida, não pensei 2x e fiz uma pequena parada na cidade para comprar uma outra luva e aproveitei para visitar a Basílica.