4 de abril de 2014

Relato: 2ª Travessia da linha Funicular - Paranapiacaba x Cubatão - Dessa vez deu

Em Setembro de 2013, eu estava junto com Rodrigo, Marcelo e mais alguns integrantes da lista de trekking Exploradores SP para fazermos a travessia completa da Linha Funicular, iniciando em Paranapiacaba e terminando em Cubatão, mas por causa de problemas com um dos integrantes e a perspectiva de fazer essa caminhada só com pessoas que nunca tinham feito a trilha, resolvemos abortar e seguimos somente até a Casa de Máquinas do 4º Patamar, junto à Ponte da Grota Funda (relato aqui). 
E quando retornamos para Sampa, ficou aquele sentimento de frustração. 
O problema era encontrar um outro dia para retornar com Sol, onde todos pudessem refazer essa travessia e dessa vez até Cubatão. 
E essa data surgiu depois de inúmeros e-mails trocados na lista, marcando para fazermos no final de Março, em um Domingo. 
O clima não estava ajudando, mas iriamos assim mesmo e se não desse para fazer a Funicular, pelo menos tentaríamos a descida do Rio Mogi.

Foto acima mostrando a travessia de uma das inúmeras pontes em ruínas


Fotos dessa caminhada: clique aqui

Tracklog para GPS de toda a travessia: clique aqui

Da trip que eu tinha feito em Setembro, só eu e o Marcelo que estavam retornando. Dessa vez entraram o Wagner, a Lu e a Helen.

O Marcelo e o Wagner, por já terem feito essa travessia até Cubatão, eram nossos guias e nos trechos mais difíceis foram de grande ajuda. 
Já a Lu e a Helen eram novas integrantes da lista e logo de cara resolveram caminhar em uma das travessias mais complicadas que eu já fiz.
O planejamento do percurso era para ser feito em apenas 1 dia e exigia muita atenção e sangue frio para cruzar pontes em ruínas e possivelmente terminar essa caminhada durante a noite.
E assim, marcamos de todos se encontrar na Estação de trem do Brás as 06:00 hrs, junto a plataforma de embarque para Rio Grande da Serra.
Somente com uma mochila de ataque, eu fui o último a chegar na estação e depois das apresentações de praxe, seguimos no primeiro trem que chegou.
Ao longo do caminho, a situação não era muito animadora, já que pela janela do trem dava para notar que chovia na região, mas ainda tínhamos a esperança de que melhoraria.
Mas ao desembarcamos em Rio Grande da Serra, a má notícia. 
A chuva tinha piorado e inviável para caminhar na linha Funicular. Todo mundo estava desanimado e para afogar as magoas seguimos para uma padaria em frente da estação. 
O clima era de velório entre todos, já que não dava para fazer a Funicular e muito menos a descida do Rio Mogi. Se o tempo continuasse daquele jeito tínhamos que retornar para SP, mas os deuses pareciam que tinham ouvido nossas preces. 
Início da trilha junto do mirante
A chuva cessou e a neblina também tinha ido embora e com isso seguimos para o ponto de ônibus, onde sai o circular até Paranapiacaba. O lugar estava deserto e logo depois começaram a chegar alguns grupos. 
O ônibus fez o percurso rápido e pouco depois das 08:00 hrs (um pouquinho tarde para fazer a Funicular) já estávamos desembarcando na Vila bem animados. 
Voltamos alguns metros pela estrada, passando pelo cemitério e pelo estacionamento até chegarmos ao início da trilha, que tanto serve para descer o Rio Mogi, quanto para a Funicular. 
Trecho íngreme
O início dela é bem demarcado e lembrando que ela só pode ser feita com acompanhamento de guias credenciados. No final desse relato coloquei o link para o site dos guias de Paranapiacaba, para quem quiser contratá-los.
Depois de passar pelo mirante, ainda descemos uns 30 metros até sair da trilha principal e virar em uma bifurcação à esquerda. Ela está um pouco escondida, mas quem conhece trilha, vai saber identificar.
Íamos seguindo sem dificuldades até chegar em uma encosta quase vertical, onde tivemos que descer segurando nas raízes de uma árvore e um a um, íamos passando pelo trecho.
Mais alguns minutos de trilha tranquila até chegar na linha cremalheira, que está ativa. 
De vez em quando os guardas da MRS Logística ficam nesse trecho da ferrovia com o objetivo de barrar quem pretende caminhar pela linha férrea, por isso seguíamos em silencio, mesmo sabendo que é proibido caminhar por ali.