10 de maio de 2008

Relato: Travessia do Lagamar - Superagui/PR x Ilha do Cardoso/SP pela praia passando pelas 4 estações do ano

Esse aqui é um relato da travessia do Complexo Lagamar, localizado na divisa do litoral do SP/PR. Iniciamos por Paranaguá, onde pegamos um barco até a vila principal do Parque Nacional do Superagui e de lá seguimos na caminhada até a Vila de Marujá, na Ilha do Cardoso, já no extremo sul de SP. O total dessa caminhada chegou a pouco mais de 40 km e estavam na trip, eu, a Márcia e o Wilinha. Durante essa caminhada pegamos garoa, chuva intensa com frio, ventos e nos 2 últimos dias, um Sol muito forte, por isso que pegamos as 4 estações do ano.


Foto acima, saindo de Barra de Ararapira de barco para a Ilha do Cardoso ao fundo.


Fotos e imagens da trilha plotada: Clique aqui

Tracklog para GPS: Clique aqui

Croqui com trajeto da caminhada
Feriado prolongado de 4 dias do 1º Maio de 2008 chegando e o frio e a chuva (típicos do Outono) nada de dar as caras, então pensei numa trilha no litoral e como a Márcia já tinha comentado comigo sobre a Ilha do Cardoso, surgiu a ideia de fazermos a Travessia do Lagamar, passando pela Ilha do Cardoso/SP e pelo Parque Nacional do Superagui/PR. 
Peguei algumas dicas da Revista Já, do Sérgio Beck e no seu relato, ele inicia a caminhada no extremo norte da Ilha do Cardoso, passando por várias praias desertas até chegar na divisa SP/PR e dali entrando na Ilha do Superagui, passando na Ilha das Peças e finalizando em Paranaguá. Seria uma linda caminhada de vários dias, mas nós não tínhamos vários dias disponíveis, por isso fiquei estudando se valeria a pena seguir esse roteiro do Beck.
Chegamos a conclusão que devido à logística, tanto da ida como da volta, seria melhor iniciar em Paranaguá e finalizar na Ilha do Cardoso. 
Definido roteiro, algumas pessoas se mostraram interessadas, mas no final só o Wilinha que resolveu embarcar nessa empreitada comigo e com a Márcia, talvez em parte pela mudança no tempo que prometia chuvas intensas naquele final de semana do feriado. 
No final vimos que a chuva não chegou a atrapalhar, mas sim o Sol muito forte que apareceu nos últimos dias da travessia (esse sim, tornou o final da caminhada muito cansativo - se pegássemos Sol no 1º dia íamos sofrer mais ainda).
Márcia e o Wilinha saindo da Rodoviária de Paranaguá
Marcamos de eu e a Márcia encontrarmos o Wilinha na Rodoviária do Tietê por volta das 23h30min para embarcar as 23h45min em direção à Curitiba pela Viação Itapemirim. 
Nosso objetivo era chegar na cidade por volta das 06:00 hrs e com isso a tempo de embarcar no ônibus das 06h30min pela Viação Graciosa em direção a Paranaguá, mas não contávamos com um atraso do ônibus que só foi chegar em Curitiba por volta das 07:00 hrs. 
Por sorte tinha outro ônibus saindo as 07h30min, mas para nossa infelicidade já estava lotado e com isso restou a opção de comprar para o horário das 08h30min pela Viação Princesa dos Campos, chegando em Paranaguá pouco antes das 10:00 hrs, com tempo bom e Sol.
Porto de Paranaguá
Agora nós tínhamos que procurar algum barco que seguisse para o Superagui e lá fomos em direção ao cais, próximo ao centro histórico da cidade. 
Lá um barqueiro estava juntando algumas pessoas (tinham + - 10), mas na opinião dele insuficiente para realizar a saída do barco. 
Torcíamos para que chegassem mais pessoas, mas em vão. 
Nossa alternativa era pegar um barco para Guaraqueçaba e de lá tomar outro para o Superagui, mas sem a certeza de chegar no Superagui naquele dia. 
Quando já estávamos com essa opção acertada, a Ana (uma das 10 pessoas que também iriam para o Superagui) veio com uma boa notícia. 
Todos a bordo
Ela tinha encontrado ali próximo o César (dono do barco Megatron e que sempre faz esse trecho) e já que ele estava de saída para o Superagui tudo se encaixou perfeitamente, marcando a saída para as 12:00 hrs e como tínhamos bastante tempo até lá, fomos conhecer uma parte da cidade, onde existem belos casarões e depois comer alguma coisa.
Saímos pouco depois das 12:00 hrs e só restava uma dúvida: o mar estava agitado e talvez tínhamos que chegar no Superagui por Guaraqueçaba, a fim de evitar o mar aberto e suas ondas fortes, mas em contato por rádio com a ilha, disseram que dava para chegar por mar aberto.
Passando próximo da Ilha do Mel
Mas não contávamos com a garoa que começou a cair assim que passamos próximo da Ilha das Peças, pois era um sinal de que poderíamos pegar ventos fortes e ondas, quando chegássemos em mar aberto e foi o que aconteceu. 
Até o César avisou que o barco ia dar uma chacoalhada.
Não demorou muito e logo o barco subia e descia onda e por pouco o que eu comi em Paranaguá não serviu de alimento para os peixes. 
A ânsia de vomito foi grande e em alguns momentos o barco teve de desligar o motor para esperar algumas ondas fortes passarem.
Passamos apertado por esse trecho, mas conseguimos.
Refeitos do susto, chegamos no Superagui as 14h20min com chuva e o tempo totalmente fechado. 
Camping do Pacheco
Para nossa tristeza, a chuva que a meteorologia tinha previsto estava chegando no litoral naquele dia. Depois do desembarque, fomos nos esconder da chuva até que ela diminuísse e depois seguimos para o Camping do Pacheco, que estava vazio. 
Um casal e mais uma pessoa (que vieram no barco) também foram para esse mesmo camping e com a trégua da chuva, deu para montar as barracas e ainda cobri-las de lona, fornecida pelo Seu Pacheco. 
O local é plano e dispõe de energia elétrica e chuveiro quente. Existe até um fogão a gás com algumas panelas (ideal para quem não tem fogareiro).
Vila do Superagui
Depois das barracas montadas, eu, a Márcia e o Wilinha fomos caminhar pela praia e procurar algum bom lugar para comer. 
Ainda passamos no Bar Akdov (local onde normalmente tem forró) e marcamos de jantar no restaurante em frente ao trapiche e aqui conhecemos um casal de Curitiba e ficamos conversando durante um bom tempo.
Voltamos para o camping já de noite e por volta das 20:00 hrs todos nós 3 já estávamos dentro da barraca e só uma coisa nos deixou preocupados: pouco depois de começarmos a dormir a chuva voltou e mais forte ainda, chovendo a noite toda. 
Seguindo pela trilha
Logo pela manhã, vimos que as lonas tinham resistido a intensa chuva e não deixaram entrar água nas barracas, mas percebemos que a chuva não ia parar e não tivemos alternativa senão o de desmontar as barracas e seguir na caminhada mesmo. 
Pela trilha
Por volta das 09:00 hrs nos despedimos de Seu Pacheco e seguimos em direção à Vila de Barra de Ararapira, ainda a cerca de 27 Km.
Aqui a única opção é pegar uma trilha que segue por dentro da ilha, evitando com isso a travessia da foz de um rio que deságua na praia e com as chuvas intensas, a caminhada por lá poderia ser complicado. 
Cruzando rios
A trilha para a Praia Deserta sai próxima do camping (na dúvida é só perguntar ao Seu Pacheco) e depois de uns 5 minutos segue por uma bifurcação da direita e logo chegamos em algumas casas e aqui existe uma placa apontando trilha para o lado direito. 
Daqui para frente a chuva diminuiu e seguimos pela trilha sem erro. 
Depois de uns 40 minutos de trilha, chegamos ao primeiro obstáculo: a travessia de um pequeno rio com largura de uns 5 metros e pela cor escura da água parecia ser bem fundo. 
Eu e o Wilinha voltamos alguns metros e entramos na mata para tentarmos encontrar algum desvio para que pudéssemos atravessar o rio em um lugar seguro, mas em vão. 
Casal de bikers
Quando estávamos voltando, encontramos a Márcia tentando atravessar o rio e deu para ver que ali não era tão fundo, para sorte nossa. 
Com a ajuda de um galho todos atravessamos sem maiores problemas e seguindo a trilha ainda passamos por mais uns 3 rios, porém não tão fundo quanto o primeiro e quando já estávamos chegando perto da praia, a chuva voltou e aqui encontramos um casal de bikers que estava vindo de Barra de Ararapira. 
Disseram que teríamos problemas quando chegássemos na Vila, porque a maré estava alta e os rios que desaguavam perto da Vila estavam bem cheios (Seu Pacheco tinha passado para gente de que deveríamos pegar uma trilha na mata para evitar a região da praia, onde a maré estava alta, então não ficamos preocupados com isso).
Na Praia com muita chuva
O casal de bikers tinha tido dificuldades para encontrar o caminho, na qual a gente estava, pois eles não viram a trilha e tinham continuado pela praia, mas quando chegaram na foz do rio, tiveram que retornar, porque a travessia naquele ponto estava impossível. Sorte não termos ido por lá.
As 10h40min nos despedimos deles e mais alguns metros chegamos na areia da praia. 
Aqui o vento estava contra e o frio e a chuva dificultavam ainda mais a caminhada. De vez em quando a chuva diminuía, mas ela não parava.
Devido à chuva e aos ventos, a maré estava alta e quase não sobrava espaço na areia da praia para a caminhada. 
Só nós 3 pela imensa praia
Alguns trechos tivemos que seguir pelo barranco, onde havia vegetação e a areia não estava tão fofa. 
Pelo GPS do Wilinha, nosso ritmo de caminhada estava em 3,5 Km/h.
Por volta das 13h30min a chuva e o vento cessaram e com isso paramos mais uma vez para descansar e fazer um lanche em frente a uma trilha que dá acesso a algumas casas de pescadores. 
Com as roupas encharcadas, retomamos a caminhada, mas agora sem a chuva, o frio e o vento.
Até aumentamos o ritmo da caminhada, Junto da areia encontrei uma bola de futebol infantil e fui chutando ela durante um bom tempo. 
D. Jandira
Passamos ainda por alguns rios que desaguam na praia, mas todos de fácil travessia. 
A água desses rios é um pouco salobra devido a mistura com a água do mar, por isso traga água da Vila.
As 15h20min paramos novamente na entrada de um pequeno sítio, marcado por um tanque de reservatório preto trazido pelo mar e enquanto estávamos comendo, começaram a surgir os primeiros raios do Sol. 
Nesse momento a dona do sitio (D. Jandira) apareceu e ficamos conversando por um certo tempo. 
Dizia que sua família sobrevive da pesca, mas é um lugar longe de tudo.
Chegando em Barra de Ararapira
As 15h40min retomamos a caminhada, agora mais tranquilos porque já podíamos ver a Ilha do Cardoso ao fundo. 
Conforme íamos contornando a Ilha e adentrando pelo canal, percebemos que não ia ser tão fácil chegar na Vila.
Nesse ponto da entrada do canal, a maré alta fez estragos na praia, derrubando inúmeras árvores e impedindo o acesso a Vila pela areia da praia. 
Agora era procurar a trilha que entrava na mata à esquerda informada pelo Sr. Pacheco, mas com as arvores caídas, não ia ser fácil encontrar o início dela. 
Cruzando rios
Por sorte, quando estávamos chegando, encontramos um barqueiro que nos orientou sobre o local exato, onde a trilha se inicia e depois de uns 10 minutos avançando por entre as árvores caídas, achamos o início dela e aqui tivemos que subir a encosta, que separa a mata da praia.
Depois de uns 20 minutos seguindo por trilha no meio da vegetação alta, voltamos para a praia, mas saímos em um ponto onde a maré permitia a caminhada pela areia e daqui pra frente tivemos que atravessar alguns rios e em um certo trecho só foi possível com o barco do Reginaldo (o mesmo que nos orientou sobre a entrada da trilha), pois o rio estava bem fundo por causa das chuvas.
Praia de Ararapira
Ainda caminhamos alguns minutos pela areia da praia e as 17h20min chegamos em frente ao Camping das Palmeiras que é uma das primeiras casas de Barra de Ararapira.
O lugar estava vazio e sem ninguém para nos atender - o local não é gramado, mas pode ser uma boa opção para acampar. 
Seguimos Vila adentro até chegar na Igreja, onde encontramos um orelhão que funcionava através de ondas de rádio (o único em um raio de vários kms). 
Perguntamos a um morador (Seu Coto) sobre a travessia do canal até a ilha do Cardoso e ele disse que poderia fazer. Uma preocupação a menos. 
Seu Coto
Sobre o camping falou que poderíamos ficar em seu próprio quintal, nos cobrando um valor baixo. 
Não pensamos 2x e montamos nossas barracas no mesmo local de outros mochileiros que tinham ficado por lá 5 dias. 
Eu e a Márcia usamos o chuveiro quente da casa e depois nós três ficamos conversando com Seu Coto durante um bom tempo e em seguida fomos preparar nosso jantar na varanda da casa. 
O que nos deixou muito contentes foi ver um céu totalmente estrelado sem uma nuvem sequer. 
A única coisa chata foi o furto de nosso salame por alguns gatos que estavam na varanda, que estavam mais famintos que a gente. 
Amanhecendo
Marcamos com Seu Coto que iríamos atravessar o canal por volta das 08:00 hrs e em seguida fomos dormir. Pouco antes das 07:00 hrs acordei com o Sol forte batendo na barraca e tirei algumas fotos desses primeiros raios.
Ainda conseguimos ver alguns micos-leões da cara preta comendo coquinhos, próximos da casa. 
Mico leão
Era uma quantidade grande de micos. Dava para notar que os maiores carregavam alguns filhotes nas costas. Depois de vários clics fomos desmontar as barracas.
Cruzando o canal
Agora era se despedir de todos e cruzar o canal de barco em direção ao Pontal do Leste, já na Ilha do Cardoso onde desembarcamos depois de 10 minutos (as 09h30min). 
Bem vindo a SP
O local é o extremo sul do estado de SP e daqui seguimos por um caminho passando por algumas casas até chegar na praia, onde iniciaríamos a longa caminhada de 15 km até a Vila de Marujá. 
Conforme avançávamos pela praia em direção a Vila, o Sol castigava mais e mais e o cansaço já era bem maior que o dia anterior, mesmo sendo uns 12 km a menos de caminhada. 
O problema era encontrar trechos de sombra e o único estava a +-1h30min de caminhada. 
Quando chegamos em alguns pinheiros, paramos para descansar e comer alguma coisa e ficamos aqui por uns 40 minutos. 
Praia da Ilha do Cardoso
Bem ao longe já conseguíamos ver alguns banhistas na praia, próximos de Marujá, ainda a cerca de 1 hora. 
As 13h20min chegamos na Vila e a primeira coisa que fizemos foi procurar algum camping para montar a barraca e ainda conhecer a Praia da Lage. 
Ficamos no Camping da Débora e acertamos com ela o café da manhã para o dia seguinte. 
No local funciona também uma pousada, mas já estava lotada. Depois de instalados, seguimos para a Praia da Lage que estava a cerca de 1 hora de caminhada, mas quando estávamos passando pelo costão eu e a Márcia resolvemos parar ali mesmo para apreciar o pôr do Sol. 
Ilha do Cardoso
Logo voltamos para o camping e durante a noite ainda fomos procurar um local que vendesse a famosa cataia, que na verdade é uma pinga misturada com folhas da planta. 
A impressão que tivemos é de ser uma pinga mais forte, nada mais. Ainda passamos no Restaurante do Beto para acertar o barco em direção à Cananeia para o dia seguinte, as 14:00 hrs. 
O mais difícil da noite foi aguentar o barulho de um forró e música ao vivo que estava próximo dali, que só foi terminar por volta das 02:00 hrs da madrugada. 
No dia seguinte o Wilinha seguiu com um amigo dele para levar um grupo de turistas a uma cachoeira próxima e eu e a Márcia fomos para a Praia da Lage onde ficamos até as 11h30min. 
Praia da Lage
Nessa praia quando estávamos atravessando o costão, uma onda muito forte (era a ressaca do ciclone que estava chegando) molhou a câmera fotográfica e dali em diante não pude tirar nenhuma outra foto. De volta ao camping arrumamos nossas coisas e seguimos para a frente do Restaurante do Beto, de onde o barco iria sair. 
O barco na verdade é uma voadeira e só estávamos eu, a Márcia, o Wilinha, o Beto, um amigo e o filho dele. 
A travessia de Marujá até Cananeia levou cerca de 50 minutos e o visual é lindo - vários outros pequenos canais vão aparecendo ao longo do trecho e tivemos a oportunidade de ver golfinhos em vários momentos, tanto no canal quanto na chegada em Cananeia, onde aportamos pouco antes das 15h30min. 
Costão da praia
Agora era comprar as passagens para São Paulo no horário da 16h30min o que não foi difícil, já que o ônibus estava relativamente vazio. 
O problema foi que ao longo do percurso foi parando várias vezes para pegar mais passageiros e quando chegamos em Registro, encontramos um outro ônibus que estava saindo em direção à São Paulo e tínhamos a informação de que esse outro ônibus iria chegar mais cedo em Sampa, então não pensamos 2x - trocamos de ônibus na hora e sem pagar nada a mais por isso, chegando no Terminal Barra Funda pouco depois das 22h30min.


Algumas dicas e informações importantes (Atualizado Julho/2020)

No final de 2012 a Revista EcoRodovias, que é fornecida em Rodovias do PR teve como matéria de capa uma reportagem sobre essa região e usaram algumas informações e fotos dessa minha caminhada para ilustrar a reportagem.
Clique aqui para fazer o download da Revista.

São 2 empresas de ônibus que fazem a linha Curitiba-Paranaguá:
www.viacaograciosa.com.br
- De Paranaguá ao P.N. do Superagui:
Megatron (barqueiro César) Tel: (41) 3482-7131 / (41) 98436-3979 / (41) 99806-0119.
Salmo 121 (barqueiro Jacó) Tel: (41) 3482-7150 e (41) 3482-7146
Rone: (41) 3482-1249
- De Barra de Ararapira até Ilha do Cardoso: Barco do Seu Coto
- Da Vila de Marujá (Ilha do Cardoso) até Cananeia: - Voadeira do Beto:
Tel: (13) 99775-7086 ou (13) 3852-1182.

Coordenadas de GPS do Camping/Pousada do Pacheco (Superagui):
Tel: (41) 98430-0639
Clique aqui para abrir no Maps

# Casa do Sr. Coto (Barra do Ararapira)
Clique aqui para abrir no Maps

- Camping/Pousada da Débora, na Vila de Marujá.
Tel: (13) 98132-5346.
Clique aqui para abrir no Maps

Toda área da Ilha do Superagui faz parte de um Parque Nacional:
Clique aqui para maiores informações

#
 Distâncias de acordo com o GPS do Wilinha:
- De barco de Paranaguá até PN Superagui = 29,96km
- Caminhada do PN Superagui até Barra de Ararapira = 26,88 km
- Caminhada de Barra de Ararapira até Vila de Marujá, Ilha do Cardoso = 15 km

Na travessia da Ilha do Superagui se encontram alguns rios que deságuam na praia, mas não é uma água potável, por isso recomendo levar água. 

Ao longo da caminhada pela Praia Deserta do Superagui, existem alguns campings próximo da areia da praia. São boas opções, se não quiser acampar em Barra de Ararapira. 

#
 No Superagui existe energia elétrica e o Camping onde ficamos dispõe de chuveiro quente e fogão a gás. 

# Na Ilha do Cardoso não tem luz elétrica. Nos bares, campings e pousadas são utilizados geradores. No camping da Débora o chuveiro quente é a gás.

# Repelente é obrigatório em toda essa travessia. 

# Não deixe de experimentar a Cataia, que é uma bebida tipica da região. Ela pode ser encontrada no Superagui e na Ilha do Cardoso. É um tipo de cachaça que é curtida em folhas da planta. Tem um sabor um pouco forte. 

Se você dispor de tempo na Ilha do Cardoso, vale a pena fazer alguns passeios de barco que levam as piscinas naturais, cachoeiras e sambaquis.

# Em alguns feriados rola forró e música ao vivo em alguns Bares na Vila de Marujá (Ilha do Cardoso) até altas horas e quem quiser dormir não vai conseguir devido ao som alto. Atente a isso.

Algumas Pousadas e Restaurantes possuem contato com barqueiros que fazem esse trecho em escunas, que são mais baratas.

Recentemente a Natureza alterou a localização da foz do rio que dividia os Estados, em frente à Barra de Ararapira em cerca de 5 Km, por isso o acesso ao local, assim como a travessia do canal entre os Estados, está muito mais difícil.

6 comentários:

  1. Muito bacana o seu relato e as fotos. Vcs comprovam pelo GPS que o trecho de Superagüi até a Barra da Ararapira pela Praia Deserta tem aproximadamente 27 km e não 37 km como divulgam os guias. Bate com as minhas medições. Já fiz este percurso de bike e a pé e realmente é belíssimo e deserto, dificilmente se encontra alguém no caminho.
    Apenas uma correção, ao contrário do que lhe informaram não é necessário pegar a trilha saindo da Barra de Superagüi, não existe foz de rio nenhum que atrapalhe a caminhada neste trecho, vc pode sair pela praia direto. O único momento em que tem que se pegar trilha é quase chegando em Barra do Ararapira, onde o mar avançou muito nos últimos anos.

    ResponderExcluir
    Respostas
    1. Fala Rodrigo, blz?

      Essa travessia é dificil na medida em que não tem pontos de descanso. Se estiver sol, vai ser sol na cabeça o tempo todo e o pior é que não tem agua. Tem alguns riozinhos, mas não acho confiaveis.

      Sobre a foz no rio em Superagui, outras pessoas também tinham nos alertado sobre esse rio. Eles tinham feito essa mesma travessia e até tentaram atravessar o rio, mas acharam melhor voltar p/ a vila e pegar a trilha.
      E o casal de bikers que encontramos qdo saimos da trilha também encontraram dificuldades p/ passar a foz desse rio e tiveram que seguir pela trilha.
      Talvez até dê p/ passar a foz desse rio, mas em dias secos. Qdo estavamos lá, tinha chovido muito durante a noite. Encontramos até problemas p/ atravessar esses rios que cruzam com a trilha. Veja algumas fotos lá no album.

      Valeu.

      Excluir
  2. Augusto, já fiz este percurso 3 X, de bike e a pé, e a água dos riachos perto da Barra do Superagüi nunca chegou sequer na canela. Mas pode ser que com a maré e as chuvas,subido bem neste dia.
    Minha maior dificuldade de bicicleta foi o forte vento nordeste que soprou à tarde, no trecho entre Ararapira e Marujá, fazendo a velocidade cair de 20km/h para 8 km/h. E quando fiz a pé, chegou num ponto em que a mochila, apesar de leve, começou a judiar das costas. Quanto menos peso levamos, mais fácil a jornada.
    No mais, é uma caminhada muito agradável, tanto pela beleza do lugar como pela sensação de isolamento, de andar quilômetros sem cruzar com ninguém. Pretendo repeti-la em breve.
    Abs.

    ResponderExcluir
    Respostas
    1. Blz Rodrigo.

      Eu até preferia ter pego um trecho maior pela trilha, viu.
      Como tava chovendo e ventando muito forte, a caminhada pela areia da praia era de matar, isso qdo não tinhamos que sair da areia e caminhar pela encosta, pois a maré tomava conta da praia e não permitia que a gente caminhasse por lá.

      Esse vento nordeste soprava em cima da gente o tempo todo e com ele vinha a chuva forte. Então vc já imagina como era nosso ritmo de caminhada.

      O ideal mesmo ali é pegar tempo sem sol e sem chuva, pois o sol castiga o tempo todo e é pior do que a chuva.
      A chuva até ajuda, mas não deixa curtir o visual, que é o melhor dessa travessia.

      Abcs

      Excluir
  3. muito legal o relato da tua viagem, amigo! Fiz duas vezes essa viagem a Ararapira, uma no ano novo de 2005, outra no ano novo de 2008. Na primeira estávamos num grupo de 7 amigos, e fizemos essa caminhada pela praia deserta, e na época ainda era possível atravessar a foz dos rios a pé (mas um amigo que fez o caminho 1 ano depois já não conseguiu, e por sorte um pescador que passava ali lhe deu uma "carona"). Confesso que fizemos com pouco preparo, e chegamos muito cansados e queimados do sol. Acabamos tendo que tomar um pouco da água salobra dos rios, o que incrivelmente não nos fez mal.
    Muito legal ver a foto do seu Santiro (talvez Coto seja seu apelido?), ele e a sua família nos acolheram com muita gentileza. Depois nos ajudaram a atravessar para a ilha do Cardoso, de onde seguimos a pé até Marujá, e depois Cananeia para pegar ônibus de volta a Curitiba. Espero que ele esteja bem!
    Realmente o mar transformou a paisagem. Dava para sair em mar aberto pela barra do Ararapira, tanto que na segunda viagem saí com o seu Santiro para acompanhar a pesca dele, junto com seu filho mais velho. Saímos às 3 da madrugada, pegamos mar aberto, e vi um nascer do sol maravilhoso no meio do mar. Claro que fiquei enjoado a maior parte do tempo...
    Nessa segunda viagem não fizemos a trilha desde o Superagui, mas pegamos uma "voadeira" saindo de Guaraqueçaba, município próximo de Paranaguá. Foi bem bonita a viagem também, e a volta fizemos de escuna.

    É inesquecível conhecer essa ilha tão linda (Superagui), a natureza exuberante (em muitas noites é possível ver plânctons na praia), os rios de água salobra que parecem de coca-cola, e a hospitalidade dessa gente humilde. Não sei como está agora, mas na época (2008) eles não tinham energia elétrica, apenas um cara mais rico tinha um gerador, e o telefone público tinha um painel solar mas era bem precário. Talvez hoje já tenha melhorado a situação...

    você chegou a fazer esse caminho novamente em outra ocasião?
    abraço!

    ResponderExcluir
    Respostas
    1. Oi Daniel, blz.
      Saudades dessa caminhada.
      Pena que pegamos chuva muito forte nos 2 primeiros dias.
      Também pegamos carona, mas quando estavamos chegando em Ararapira.
      A maré estava atrapalhando a nossa chegada.
      Hoje, pelas imagens de satélite, tá tudo mudado.
      Esse canal que contorna Superagui é artificial. Foi construido a dezenas anos atras.
      Então a foz dele uma hora ou outra iria ser alterada devido a aumento da vazão.

      Nunca mais voltei lá.
      A caminhada é maravilhosa, mas Ilha do Cardoso não tem tanta coisa para conhecer.
      Talvez um contorno de toda ilha pelas praias, mas já fiquei sabendo que não permitem, já que o final da caminhada é no Nucleo Pereque.
      E ali é só para turista levado pelas agencias.

      Valeu

      Excluir